sábado, 12 de maio de 2018

REDENÇÃO CRISTÃ versus REDENÇÃO HUMANISTA

"Essa secularização aparece já no início do humanismo na Renascença italiana. Um renascimento puramente secular é proclamado. A concepção bíblica de regeneração é desnaturada e se torna a expressão do novo motivo humanista da liberdade. Este último nada mais é que uma secularização do tema bíblico da liberdade em Cristo Jesus, o resultado da redenção. Ele proclama a autonomia humana, a qual pretensamente deve realizar uma revolução copernicana no centro do seu ser, na religião. A personalidade humana é elevada à posição de um fim último, um “Selbstweck”, um fim em si mesmo. O moderno homem autônomo deseja criar um deus à sua própria imagem, que ele possa justificar em uma teodiceia racional." (Herman Dooyeweerd, "A Secularização das Ciências".)

A redenção em Cristo foi substituída pela redenção como libertação da personalidade. 

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O desafio do cristianismo no presente século não é sobreviver como doutrina e moral, mas, como diz Carlos Mendoza-Álvarez, "transmitir a fé em Deus segundo uma experiência de cumprimento humano e da criação inteira." Pensar em meramente "sobreviver" em meio aos ditames do secularismo é já ser derrotado, saboreando ainda a amargura da inércia dos últimos séculos, onde nos acomodamos à finalidade de prover alguma "moralidade" à sociedade, como se fôssemos um departamento do estado humanista, excluídos para a periferia da vida real. Trata-se, antes, de concorrer com a redenção humanista, com seu conceito ateísta de liberdade (pra não deixarmos de falar em Prinsterer), tão esteticamente poderoso e aterrador desde a Revolução Francesa. Trata-se de desmascarar a falsa redenção naturalista e apresentar a redenção em Cristo em sua solução existencial para o homem e para o mundo. Trata-se de lutar contra a mesma falsa redenção oferecida pela serpente no Éden, a de uma emancipação realizadora e divinizante, em que deixamos de simplesmente rivalizar com o Criador em nossa rebeldia (e falsa) metafísica. Trata-de simplesmente de pregar o evangelho e toda a Escritura, com todo o seu poder e vitalidade, sem prescindir em um único centímetro do Senhorio de Cristo, a começar pela destruição da antinomia epistemológica moderna, que também estava no Éden.


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O EVANGELHO DA PÓS-MODERNIDADE 

O evangelho da pós-modernidade é a liberdade absoluta: "Não existe bem ou mal, nem existe verdade ou mentira; portanto alegre-se, você é livre! Não há nada que te frustre, que te amarre ou te limite. Esta é a 'boa nova' que te revelamos: Deus está morto!"

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