sábado, 12 de maio de 2018

EVOLUCIONISMO - PARTE 3: CRISTIANISMO E EVOLUCIONISMO, UM CASAMENTO IMPOSSÍVEL.


Os cristãos que tentam adaptar o Cristianismo e o evolucionismo têm um pensamento dialético, duas fontes de conhecimento. Como diz Rushdoony em "Mythology of Science," eles alegam que se baseiam na Revelação especial de Deus, a Escritura, e na "Revelação Natural", descoberta pela razão e pela ciência. A Bíblia diz respeito somente às coisas "sobrenaturais"; a ciência, à "natureza". Mas esse pensamento dialético tenderá sempre para um dos lados, terminando em conflito inevitável. Ou exigirá um esforço sobre-humano para evitar o desastre e manter o "equilíbrio" superficial que só existe por decreto positivo e consenso (consenso que nunca acontece). Esse tal "equilíbrio" só pode existir na base da força (hipoteticamente, porque esse equilíbrio nunca ocorre). Quem espera convencer um não-cristão de que o Deus cristão é "possível" desenvolvendo uma tese de teísmo evolucionista amargará o eterno fracasso caso queira convertê-lo genuinamente, porque, na prática, o que apologeta faz é retirar da Palavra de Deus o direito de interpretar os fatos. Alguns teístas evolucionistas chegam ao ponto de dizer que a linguagem da Bíblia não pode ajudar em nada sobre astronomia, biologia e até mesmo história. Eles esperam, com isto, tornar o cristianismo mais intelectualmente aceitável?! Aleijando a Bíblia? Este pensamento dialético não é muita coisa além de uma forma de tomismo. Há uma série de pressupostos metafísicos envolvidos que aleijam a Escritura.

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Mais irônico ainda é ver indivíduos que conseguem defender o evolucionismo e qualquer teoria de "direito natural" ao mesmo tempo, sem perceber que a teleologia de ambos torna esta união, para dizer o mínimo, esquizofrênica. Deus seria sádico ao colocar sobre a Criação uma lei contrária à lei da "evolução" onde as espécies lutam entre si pela sobrevivência? Os próprios evolucionistas, digam-se de passagem, não acreditam mais que a "seleção natural" seja suficiente para explicar a suposta evolução das espécies. Mas mesmo assim, alguns cristãos no passado subscreveram-na. Seriam eles honestos ou apenas renderiam a própria fé a fim de torná-la aceitável na academia? 

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10 perguntas a cristãos evolucionistas.

1. Se Adão não existiu, como o pecado entrou no mundo?

2. Como podemos dizer, então, que o mal e a morte entraram no mundo?

3. Se o evolucionismo está correto, sofrimento, morte, doença e violência independem da desobediência do homem. Logo, Deus criou o mundo junto com o mal?

4. Em vez de o mal ser responsabilidade humana, de quem seria a responsabilidade?

5. Se Adão não tem responsabilidade sobre o pecado, por que temos uma natureza pecaminosa?

6. Seria o que entendemos por "natureza pecaminosa" na verdade somente um problema evolutivo? Com o tempo, seremos evolutivamente mais parecidos com Cristo?

7. Se Adão não foi nosso representante federal para que todo homem fosse pecador, por que entenderíamos Cristo como o representante federal para a salvação?

8. Se Cristo não é o "novo Adão" num sentido literal, e o pecado é fruto de um estágio evolutivo em desenvolvimento, podemos dizer que Cristo é apenas um ser humano evoluído?

9. Seria a santificação um processo evolutivo?

10. Se o pecado é fruto de um estágio inferior da evolução, por que seríamos salvos pela fé? Por que precisamos de salvação se somos apenas involuídos?


É difícil existir uma fé cristã nessa perspectiva. É claro também que essas perguntas podem desembocar em outras milhões de perguntas. O resultado seria, na melhor das hipóteses, uma espécie de existencialismo cristão onde tudo é simbólico. Mas isso já existe. Alguns chamam de neo-ortodoxia, outros de Teologia da Morte de Deus.

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