domingo, 13 de maio de 2018

CONFLITO DE CLASSES OU HARMONIA DE INTERESSES?

O conflito não é entre ricos e pobres, entre capitalistas e trabalhadores, entre banqueiros e necessitados. Estas são falsas antíteses e nenhuma delas se retira da Escritura. Tal interpretação dialética da realidade é pagã.

A verdadeira antítese é entre os mantenedores do Pacto e os quebradores do Pacto. Em uma de suas aulas, Rushdoony cita a teoria da Harmonia de Interesses, do Mises, e mostra que ela corresponde mais à realidade que deve moldar a vida social do que aquelas ensinadas pela esquerda. Muitas igrejas cristãs, como se vê no Concílio Mundial de Igrejas (completamente infiltrado por marxistas desde o começo, como revelou a CIA décadas atrás), ou a Doutrina Social romanista, têm trabalhado em cima de uma interpretação dialética das relações sociais: existe um conflito de interesses (em vez de uma harmonia) entre o empregador e o trabalhador, razão pela qual este precisa ser protegido daquele.

A raiz deste preconceito está na Grécia, com a visão negativa de alguns filósofos contra os usurários. Esta visão infiltrou-se no cristianismo desde muito cedo, atravessando toda a Idade Média, passando pelas ordens mendicantes e renascendo na modernidade. O resultado é que atrapalha-se o funcionamento da esfera econômica [para entendermos isto melhor, é necessário conhecer o conceito de "Soberania das Esferas" de Kuyper e Dooyeweerd], justifica-se uma interferência estatal nas relações de trabalho, o que consequentemente trará infortúnios para todos.

Quantos ditos "conservadores brasileiros", por exemplo, questionam as leis trabalhistas no Brasil e defendem a Doutrina Social romanista ao mesmo tempo? Será que sabem que há influência da DS na Constituição de 88?

A esfera econômica deve ser soberana [veja "Soberania das Esferas" segundo Herman Dooyeweerd], o estado só pode interferir naquilo que Deus lhe ordenou interferir. A lei cristã, para Rushdoony, tem como uma das funções manter a sociedade funcionando com harmonia de interesses, evitando os conflitos. Abdicar deste padrão significa assumir uma visão pagã da realidade.

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