sábado, 12 de maio de 2018

EDUCAÇÃO COMO INSTRUMENTO DA REVOLUÇÃO

Quando fala-se dos efeitos deletérios da obra de John Locke, com especial destaque para o insight de Rushdoony em "Esquizofrenia Intelectual" sobre o papel da pressuposição de que a mente humana é uma "tábua em branco" como sendo a causa da educação revolucionária [1], esquece-se de que Locke na verdade bebeu em Tomás, que bebeu em Aristóteles antes.

"Porém, o intelecto humano, ínfimo na ordem dos intelectos e maximamente remoto da perfeição do intelecto divino, é potencial em relação aos inteligíveis; e, no princípio, é uma **como tábua em que nada está escrito**, como diz o Filósofo." (Suma Teológica, Ia Parte, Q. 79, a. 2.)

Como van Til explica em "A Survey of Christian Epistemology", o retorno a modos de pensar gregos, incluindo a tentativa de casar o cristianismo e o aristotelismo em Tomás (um verdadeiro adultério espiritual), introduziu modos anti-cristãos de pensamento no Ocidente. Quando enxergamos a mente como uma "tábua em branco", cremos que é possível imprimir nela qualquer coisa; para criar um novo homem, precisaríamos apenas dar uma nova educação. As escolas públicas dos EUA e do mundo inteiro assumem esta premissa anti-cristã. O anti-cristianismo ocidental tem nela um forte fundamento.

[1] Se o ser humano nasce como uma tábua em branco, significa que ele pode ser moldado. Se ele comete crimes, é por causa do "ambiente" em que foi criado e da "educação" que recebeu (ou que deixou de receber). Mudando-se o ambiente e a educação, um novo tipo de ser humano seria alcançado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário