domingo, 13 de maio de 2018

MODERNIDADE, PECADO E MORTE

Mais um dos belos insights do Rushdoony que me enriqueceram há alguns anos foi a percepção da relação entre a defesa do pecado feita na modernidade e o conceito de liberdade no pensamento existencialista. Para o existencialista, o pecado é a expressão da liberdade, de um homem no universo em que "o céu está vazio". É algo como "peco, logo existo". Podemos muitas vezes ouvir não-cristãos dizerem coisas como "eu tenho desejos, estou vivo." O desejo pelo pecado, sua justificação, é vista como uma expressão de liberdade, de revolta contra a moral. Não coincidentemente, Sartre escreveu um livro onde tratou o criminoso degenerado e esquizofrênico Jean Genet como "santo Genet." A modernidade protege o pecador e o criminoso porque eles são sua expressão. Do Marquês de Sade às badernas universitárias; do Éden aos nossos dias, o pecado apoia-se em um conceito próprio de liberdade.

A fúria contra o mundo construído por Deus, como uma ânsia por liberdade, leva finalmente ao suicídio, pois escolher a hora da própria morte é uma forma de expressar a liberdade e o domínio de si mesmo. Não escolher a própria morte é não ser livre. Rushdoony também fala de um dos personagens de Dostoievski em "Os Possuídos", Kirilov, que busca o suicídio como uma forma de destruir o mundo criado por Deus, como o supremo ato de libertação.

E a Escritura diz: "Todos os que me odeiam amam a morte." [Provérbios 8:36]

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