sábado, 12 de maio de 2018

CONTRA OS LIBERTÁRIOS: A RELAÇÃO ENTRE RELIGIÃO E ECONOMIA

CONTRA OS LIBERTÁRIOS: A RELAÇÃO ENTRE RELIGIÃO E ECONOMIA

[Reflexão sobre uma aula de R. J. Rushdoony.]

A crise econômica do mundo não se resolve com simples mudanças de leis, porque esse problema é também religioso. O capitalismo surgiu como consequência de uma série de valores culturais-religiosos. 


Existe um argumento moral para o dinheiro, o trabalho e o comércio, bem como existe uma cosmovisão que dá sentido a essas coisas. Para os puritanos, por exemplo, o trabalho era visto como uma vocação para construção do Reino e para a glória de Deus, seguindo a lei, sem gastos fúteis - o que permitiu o acúmulo de bens. Por outro lado, se Deus não existe, o mundo não tem sentido e, como para Sartre, nossa única certeza é a morte; o trabalho também não tem um sentido. Para Albert Camus, a continuação, a rotina do "acordar, bonde, quatro horas no escritório, almoço, quatro horas de escritório, bonde [...]"*, é feita tão somente de grilhões, porque lhes falta um "porquê".

Para os puritanos, como dito acima, o trabalho era uma vocação para a construção. Para o homem contemporâneo o trabalho é apenas um fardo. Rejeitando o descanso dado por Deus no Shabat (o domingo cristão), ele transfere o descanso para as férias e para a aposentadoria. Seu dinheiro não visa construir, mas apenas consumir.

O homem moderno se tornou um consumidor, não um produtor. Ele não construirá herança para seus filhos. Por que ter filhos se nada tem sentido? Ele queimará seu dinheiro em uma coleção de carros, viagens e festas. As nações hoje preocupam-se mais em consumir do que em produzir e por esta razão todos os países ocidentais amargam dívidas econômicas com uma enorme quantidade de casas decimais. Keynes está inserido nessa bancarrota. Sua única certeza é a morte.

* Em "O Mito de Sísifo".



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A demanda por intervenção estatal é um impulso ateísta na política que quer passar por cima da Providência divina (elegendo o estado como entidade providenciadora e predestinadora) para executar um modelo de justiça não-cristão e imediatista no mundo. Quando deixamos de crer na Providência e predestinação divinas, estes conceitos são transferidos para a razão humana e para o estado. Os revolucionários desejam controlar o futuro no lugar de Deus.

Livrinho simples: "Ateísmo Econômico", rev. P. Andrew Sandlin. Ed. Monergismo. Para Kindle.

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