Tolerância religiosa irrestrita é impossível. Se algum país no mundo estabelecesse tolerância irrestrita, o resultado seria a anarquia completa. Há religiões que praticam canibalismo, sacrifícios humanos, poligamia, prostituição ritual, etc.. Se todas fossem toleradas, isso significaria a abolição de toda ideia de crime. Nos EUA, um mórmon alegou que o estado não poderia prejudicar sua fé ao proibi-lo de casar com várias mulheres, porque o mormonismo permite a poligamia. O resultado seria o caos. [Parafraseando Rushdoony.]
Uma das causas da cegueira ocidental nesta questão é o trabalho fraudulento de etnólogos e estudiosos das religiões do passado, que desejavam fechar os olhos para as diferenças profundas entre as diversas religiões a fim de procurar nelas somente um "denominador comum" com mensagens de paz e união. Trata-se de uma farsa evidente. Eles não queriam conhecer as religiões, mas enfiá-las a todo custo dentro de seus ideais humanistas e universalistas. Ernst Troeltsch, sociólogo alemão, entendeu que uma das características da espiritualidade moderna é a abertura vaga ao transcendente, com rejeição a qualquer tentativa de imposição de um conteúdo objetivo à religião em si. A conclusão desta premissa é sempre o desentendimento.
O mundo antigo não conhecia discriminação por raça, mas por religião, por uma razão simples: cada religião tem uma lei própria. Outra causa é o politicamente correto dos nossos dias, que prega a mentira sistemática a fim de que as pessoas não vejam os problemas reais de outras tradições para evitar qualquer forma de julgamento. O relativismo surge como um vírus para corroer as defesas do Ocidente, fazendo parecer que todas as religiões podem ser toleradas, mas que na prática não tolera religião alguma, tendo sempre que deformá-las dentro de seu próprio credo modernista e humanista.
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