[Reflexões sobre uma aula de R. J. Rushdoony.]
O desprezo da igreja pelo conhecimento profundo da história e por uma interpretação bíblica dela tem um alto preço. O cristianismo, de todas as religiões do mundo, é a mais conectada à história. A história do cristianismo é também uma história da criação-queda-redenção da humanidade. Em todos os momentos, Deus ordena que o povo recorra à memória de sua história:
"E lembrar-te-ás de que foste servo no Egito; e guardarás estes estatutos, e os cumprirás." (Deuteronômio 16:12)
"Lembrar-te-ás". Moisés está dizendo: lembrar para obedecer. Lembre dos atos de Deus na tua história! Devemos ter memória a fim de ver a providência e a benção divina. O preço da ignorância histórica afeta a maturidade e a firmeza dos membros. Primeiro, porque falsos mestres vêm encher a cabeça dos jovens da igreja com caraminholas e mitos históricos a fim de fazê-los presas suas. Muitos jovens entram em apostasia por pura ignorância da história. Outros, perdem a fé quando, entrando na universidade, são atacados por uma interpretação humanista da história ocidental, passando a pensar como modernos.
Segundo, porque a ignorância histórica destrói as raízes do próprio povo. Os historiadores americanos escondem convenientemente, por exemplo, a participação de alguns cristãos na Guerra Civil, ou diminuem a influência cristã na formação dos Estados Unidos. Eles têm seus próprios pressupostos. Isso tem criado uma geração cristã sem memória, fadada a repetir os erros do passado. Precisamos conhecer a história dos origenistas a fim de evitar os erros de Orígenes. É muito interessante, por exemplo, a percepção de Gordon Clark em "Uma Visão Cristã dos Homens e do Mundo", quando ele diz que o Ocidente, em especial a América, esqueceu o porquê de sua luta por liberdade, razão pela qual estava prestes a perdê-la. A memória fortalece a prudência, nos mostra bons caminhos e nos alerta para os maus. Segundo, semelhantemente, isso nos conduz ao nível pessoal: devemos nos lembrar dos erros do passado a fim de vermos a mão de Deus em nossa vida.
Não se trata de substituir a graça de Deus pelo "conhecimento histórico", mas de reconhecer que o conhecimento histórico pode ser, em si, fruto da graça, para fortalecimento da igreja.
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