domingo, 13 de maio de 2018

A INDISSOCIABILIDADE ENTRE EDUCAÇÃO E RELIGIÃO

"Se você quer conhecer a religião de qualquer sociedade, estude a sua educação." -- R. J. Rushdoony 

A educação paulofreireana não é tanto uma estratégia de subversão quanto apenas uma manifestação inevitável daquela religião (apóstata) particular. Como Rushdoony ensinou, toda educação é necessariamente religiosa. Cada religião tem o próprio conceito de conhecimento e de liberdade; todo conceito de liberdade é intrinsecamente religioso, conectando-se sempre à ideia de libertação contra algo que se considere mau. "Todo currículo escolar é um plano de salvação", diz Rushdoony. 

Os nativos [índios] americanos valorizavam a medicina e a cura espiritual. O que eles entendem por conhecimento visa libertá-los do mal dentro de sua cosmovisão. As artes liberais, i.e., a arte da liberdade, tem seu próprio currículo. A educação progressista também tem o seu, porque seu plano de salvação é outro, dentro de uma visão histórica dialética (mais especialmente da luta de classes, raças, sexo, etc.) rumo à encarnação final da paródia do absoluto no futuro. Volta-se contra o mal da opressão no presente estado de coisas. É claro, também, que toda ideologia é uma forma de religião secular. Feminismo, Black Liberation, e tantas outras ideologias, desenvolvem um currículo segundo suas premissas. 

Quando o estatismo na modernidade tornou-se uma religião, a escola prescindiu do ensino religioso, mas não do ensino cívico (na menos ruim das hipóteses, o religioso tornou-se um instrumento daquele propósito maior da nação), denunciando e confirmando a apostasia religiosa de um nacionalismo idólatra.

Não existe educação neutra. Educação "pluralista" também não é neutra. Ela forçará, mais cedo ou mais tarde, uma identidade a partir de uma síntese, um politeísmo, que no fim das contas serve para alimentar o estado, a entidade máxima capaz de conciliar os conflitos entre os diversos deuses. Um novo César.

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