A teologia é inescapável. Conceitos como soberania, liberdade e absoluto são inescapáveis. Mesmo que alguns defendam completamente a divisão entre religião e política, eles apenas substituem os atributos transcendentes de Deus para elementos da própria Criação, seja o próprio homem, seja a natureza. Como Paulo explicou em Romanos 1, o homem nega a divindade de Deus e adora a criatura em seu lugar. O que temos não é política sem teologia, mas políticas baseadas em teologias diferentes, que disfarçam a si mesmas.
Quando Deus foi expulso do mundo moderno, Hegel enxergou a única possível encarnação da divindade no estado. Para Rousseau, a encarnação estava na 'vontade geral'. Com Marx, a encarnação da divindade passou para o ativismo revolucionário. No fim das contas, a ditadura do proletariado seria infalível. A única transcendência possível é o futuro. "Seremos julgados pelos homens do futuro", eles diziam desde os tempos do terrorismo romântico na Rússia. Assim como os cristãos creem no decreto de Deus e na ação de sua Graça para o estabelecimento de seu Reino, o esquerdista vê sua práxis religiosa no ativismo revolucionário a fim de trazer a encarnação da divindade no Reino do Humanismo. Por isso, como Rushdoony explicou, as discussões que ocorreram entre os membros da ex-URSS em torno da possibilidade de Stalin ter (ou não) cometido erros não eram meras discussões políticas, mas discussões teológicas. A ditadura do proletariado não poderia falhar. Com atenção, Albert Camus relacionou corretamente o niilismo e o terrorismo de estado. Rejeitar a autoridade de Deus sobre a política e a história, incluindo a pressuposição de seu decreto infalível, conduz inevitavelmente ao presente estado de coisas.
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