Notas sobre Arte Moderna.
"O desejo do homem apóstata, como Jean-Paul Sartre percebeu em Saint Genet, é pelo mal absoluto, uma total pureza no mal e uma pureza no ódio a Deus. Os artistas em particular têm perseguido esse objetivo de profanação, blasfêmia e mal com intensidade. Richard N. Col afirmou que "questionar os valores é o direito de nascença do artista." Isso significa que o artista, como um profeta Sadeano, planeja criar um novo e radical mundo sem significado, em efeito, fazer um inferno na terra." ~ Rushdoony
*** O establishment artístico é, sim, uma comunidade elitista, que pouco se importa com as opiniões dos "não-iluminados" e que é defendido pela esquerda por ser um ataque contra a objetividade. Entretanto, eu tenho medo de certo reducionismo que pode ser interpretado a partir do vídeo. Não dá pra dizer que aquela seja TODA "A verdade sobre a arte moderna", embora seja boa parte dela. Do meu ponto de vista, não é possível entender a arte moderna fora de seu escopo filosófico - e ele vem desde Kant.
*** Quando Eva descreu em Deus e creu na serpente, ela rejeitou seu auto-conhecimento, sua realidade enquanto criatura, em favor de um objeto mental criado pela imaginação, um ídolo de si mesma: "ser como Deus." O homem moderno, semelhantemente, rejeita a realidade sobre si quando nega ser um pecador. Ao rejeitar a doutrina da depravação total, o humanista começa a viver em desarmonia com o mundo, porque ele não reconhece sua própria condição. Ele vive uma ilusão. Como consequência, ele precisa encontrar a causa de seu sofrimento fora de si, no mundo criado. A culpa do mal está supostamente nas instituições: no estado, na igreja, na família, nas placas homofóbicas dos banheiros, etc. Sua atitude, portanto, será "refazer" o mundo com a revolução, fugir do mundo criado para a utopia, que, em si, também é meramente uma construção mental. E, por não ver a realidade como ela é, essa revolução sempre terminou em caos e destruição. A despeito dos resultados negativos, a ilusão persiste. "Utopia, ainda que você morra por ela".
A Revolução é, portanto, uma atitude escapista. Os revolucionários querem escapar da realidade em favor do "fim da história" ou de um reino absoluto de justiça e igualdade, como em Marx, fechando os olhos para as diferenças evidentes do mundo real. O existencialismo e a ideologia de gênero são outras das expressões desse escapismo da realidade. Como Eva, Sartre estava consciente do desejo que o homem tem de "ser como Deus". Negar a própria natureza a favor de um objeto mental é a atitude do ocidental moderno. A despeito de nascer como menina, você pode ser menino. A despeito de ser um homem com filhos, um indivíduo nos EUA deseja ser uma menina de 6 anos de idade.
Nas artes, esse escapismo também é refletido. Marcel Duchamp, por exemplo, ícone do dadaísmo, fez uma pintura chamada "Mulher Nua Descendo as Escadas". A despeito do nome, a pintura é um arranjo grosseiro de rabiscos ininteligível. A arte abstrata nasceu como uma resposta profundamente espiritual contra o "racionalismo". O cubismo, por sua vez, também rejeitou a realidade. Na arquitetura, a beleza foi sobrepujada pela ousadia, pela emoção e pela quebra de paradigmas. É na arte que o homem moderno satisfaz seu ímpeto criador de forma quase ilimitada.
"Nu descendo a escada", Duchamp. 1912. |
Os movimentos estudantis de esquerda são reconhecidos por alguns como uma rebeldia contra a maturidade, um desejo de "retornar ao útero materno", escapar das responsabilidades da vida adulta. Os hippies buscavam experiências místicas em sua busca pela natureza. As drogas eram vistas como sacramentos religiosos pelos quais se "transcendia" das amarras psicológicas ocidentais, como definidas por Marcuse. Sem Deus, o homem foge da realidade, porque ela só faz sentido com Ele.
*** A arte moderna tem como pano de fundo uma filosofia estética própria, adotada na forma de "expressão livre" do artista autônomo. Esse artista é, acima de tudo, o criador de uma nova realidade, um profeta das "verdades" de um universo caótico, desprovido de qualquer ordem ou sentido. É por isso, também, que ela é um escape da realidade, um ataque contra ela. É um impulso à ficção, que está presente em todas as áreas na modernidade. Se não existe essência, então você pode, como Duchamp, dizer que um aparsanitário é uma "fonte" [ver imagem a seguir; "A Fonte", 1915] e ficar rico expondo isso como se fosse um insight genial. Ou você pode fazer as chamadas "intervenções" artísticas grotescas tão comuns nos centros de Ciências Humanas das universidades de todo o Ocidente. Semelhantemente, a visão ilusória que muitos esquerdistas alimentam do socialismo também evidencia esse tipo de impulso, no momento em que defendem que o socialismo "genuíno" é aquele que eles imaginam na própria cabeça, a despeito do socialismo real, fracassado, totalitário e genocida.
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